Já no outro dia Alice estava na Unidade de Investigação conversando com seu amigo, que também era detetive, Raul, um rapaz também jovem, um pouco mais velho que ela, tinha 26 anos.
- Alice fica calma! Você ficar dessa forma não vai ajudar em nada, ele não pode fazer nada com você, ainda mais se ele realmente sabe de tudo, ele sabe que corre um grande risco se fizer alguma coisa. – disse Raul tentando tranquilizá-la.
- Eu não posso ficar calma Raul, não posso! – disse aflita, sentando em um sofá que tinha na sala – Ele me ameaçou, ele me dá medo, os olhos dele parecem que me matam apenas por me encararem – colocando as mãos sobre o rosto, e começando um choro incessante.
Raul aproximou-se dela, sentando-se em uma mesinha que havia em frente ao sofá, e ficou olhando-a.
- Alice! – chamou-a com voz firme.
Ela então tirou suas mãos do rosto, e olhou para ele, ainda chorando.
- O que? – disse chorosa.
-
Eu odeio te ver chorar, portanto, acabe com suas lágrimas e escute! – disse olhando intensamente para ela, em seguida segurando suas mãos – Você não queria tanto uma investigação com tal grau de importância e, consequentemente, perigo? – disse ele calmo.
- Eu queria, é claro que eu queria Raul. – disse Alice se alterando um pouco e levantando-se do sofá, olhando pela janela – Mas John é completamente assustador. – sussurrou as últimas palavras.
Raul se levantou e colocou-se atrás de Alice, pousou uma mão em seu ombro e apertou como um gesto de carinho.
- Você quer desistir? – perguntou Raul, hesitante.
Alice se calou, e ficou olhando longe, instantes depois, baixou sua cabeça, fechando lentamente os olhos, ele então suspirou.
- Eu vou ver com Peter alguém que possa fazer isso no seu lugar. – disse Raul, dando um beijo cheio de afeto na cabeça de Alice, encaminhou para a porta, e antes mesma de abri-la ouviu a voz dela:
- Não! – disse ela levantando a cabeça, e virando-se para ele – Eu não quero desistir! – olhando-o – Se eu consegui essa investigação foi porque eu mereci, eu a conquistei, o meu esforço esses anos me fizeram chegar até aqui, e eu não vou perder essa chance por um medo idiota de um garoto que tão pouco sabe o que quer da vida! – disse Alice, firme e decidida.
Raul sorrio, e caminhou até ela.
- Eu sabia que você não iria desistir tão facilmente. – deu um beijo terno na testa de Alice – Você conseguirá, nós confiamos em você. – piscou para ela e se retirou da sala, deixando Alice pensativa.
Seus devaneios são afastados pelo barulho do telefone.
- Unidade de Investigação! – atendendo o telefone.
-
Alice? – pergunta a voz masculina, mas desconhecida, do outro lado.
- S-sim. – hesitante. – Quem fala?
-
Eu não quero me identificar, se é que me entende, eu apenas quero falar uma coisa, que eu acho que pode te ajudar na tua busca.
- Claro, eu entendo. Pois bem, me diga então o que sabe? – interessando-se na conversa.
-
Naquela festa aquela noite, eu vi o Dan conversando com um rapaz estranho, vi de longe, parecia que estavam discutindo, ou muito perto disso, eu apenas consegui ouvir uma frase, muito ameaçadora por sinal. – disse a pessoa nervosa.
- E que frase seria essa? – prestando atenção em cada palavra.
-
Muitas pessoas já se arrependeram amargamente.
Alice então paralisou ao ouvir aquilo e seus pensamentos logo voltaram ao “primeiro” dia de aula.
“
- Tem algumas coisas que você precisa aprender sobre mim Ashley. – disse ele com tom de desprezo ao pronunciar o nome dela – Não fale comigo, a menos que eu puxe assunto com você, muitas pessoas já se arrependeram amargamente por quebrar essa regra. – disse ele cuspindo as palavras, quase gritando – Entendeu? – e finalmente sorrio, um sorriso sarcástico e sombrio.”
-
Alô? – Alice é tirada de seus pensamentos pela voz desconhecida.
- Sim, me desculpe. A sua informação pode nos ser muito útil. – disse Alice.
-
Eu espero que seja. – logo ao terminar a frase, desligou, sem dar tempo de Alice responder.
Alice desligou o telefone, e se perdeu nos teus pensamentos, e só conseguia pensar no que aquele homem desconhecido havia lhe dito. – Então era por isso que ele estava tão aflito com essa busca? Por isso me perseguiu aquele dia? Mas o que Dan, um rapaz daquele porte iria estar fazendo, numa discussão com John? – Eram pensamentos que rondavam a cabeça de Alice, que nesse momento saiu em direção a sala de Peter [...]